O projecto EPITeen24 aproveita as três avaliações anteriores do EPITeen: aos 13, aos 17 e aos 21 anos e projecta e realiza uma nova inquirição em 2014/15, quando os jovens têm 24 anos de idade.
Está em curso desde Junho de 2013 a Novembro de 2015.
Os objectivos fundamentais são:
- Avaliar de que forma as condições sociais de origem marcam as trajectórias e as diferentes oportunidades dos jovens, definindo-lhes destinos diferentes;
- Avaliar os factores que contribuem para que se contrarie o destino social, isto é, estudar de forma sistemática os trajectos de mobilidade social ascendente ou descendente;
- Compreender os efeitos da crise económica e financeira dos últimos anos nas trajectórias sociais e individuais e como esta nelas eventualmente interferem introduzindo mudança de percursos, de realidades e de expectativas.
O estudo está organizado em 4 linhas de investigação:
- Educação, trabalho, mobilidade e desigualdade sociais;
Se por um lado, as taxas de abandono escolar precoce ainda são elevadas em Portugal, por outro lado, há notórios efeitos de mobilidade ascendente entre pais e filhos quanto aos níveis de instrução. Que efeitos têm essa mobilidade na empregabilidade dos jovens? O que pesa mais: a origem social ou a escolaridade atingida? - Género, biografias, estilos de vida e constituição de família
As raparigas têm, em média, melhores desempenhos escolares do que os rapazes, mas que efeitos têm esse sucesso diferenciado na inserção no mercado de trabalho e na constituição de família? - Determinantes sociais da saúde, bem-estar e qualidade de vida;
Há evidência da importância dos determinantes sociais para a saúde, a partir de fases inicias da vida. Qual a relação entre certas patologias específicas e antecedentes sociais e familiares? E quais os efeitos da crise nas desigualdades de saúde e bem-estar? - Capital social, redes sociais e cidadania.
Os recursos disponíveis nas redes sociais dos indivíduos, o que designamos de capital social, são fundamentais em termos de destino e reprodução social. Assim, como é mobilizado o capital social pelos jovens? E como é mobilizado em termos de crise? E qual a capacidade de intervenção destes jovens na esfera pública?
Para concretizar os objectivos definidos o projecto organiza-se por etapas, nas quais se combinam abordagens de pesquisa extensivas e intensivas, utilizando diferentes métodos de recolha e análise de dados:
- Analisar a base de dados existente com as informações recolhidas aos 13 anos, aos 17 anos e aos 21 anos;
- Replicar o inquérito (a 4ª aplicação) aos mesmos indivíduos aos 24 anos, acrescentando novas dimensões de análise que façam sentido de acordo com o momento do ciclo de vida em que se encontram os jovens e com o contexto externo de crise económica e social;
- Aplicação de entrevistas em profundidade a um grupo seleccionado de jovens (cerca de 60) com o objectivo de identificar os factores que contribuem para a mobilidade social ascendente, horizontal ou descendente, e para a resistência e/ ou adaptação às consequências da crise económica e financeira;
- Análise sistemática dos resultados obtidos pelos inquéritos e pelas entrevistas e disseminação de resultados.
